No post Como Gastar Meu Dinheiro demos dicas de como dividir seu dinheiro, recomendando que parte daquilo que você ganha fosse investido. Falamos de pelo menos três destinos de investimento: para objetivos de curto/médio prazo, para a reserva de emergência e para sua independência financeira. Mas você pode ter ficado se perguntando: onde devo aplicar meu dinheiro? Onde meu dinheiro rende mais?
Continue a leitura desse post que vamos te ajudar!
LIQUIDEZ, RISCO E RENTABILIDADE
Antes de recomendarmos onde colocar seu dinheiro, vamos entender os conceitos por trás desses três pilares encontrados em todo tipo de investimento: liquidez, risco e rentabilidade.
A liquidez refere-se à agilidade com que você consegue ter seu dinheiro em mãos. Por exemplo, se você tem dinheiro na poupança e precisa dele, você consegue resgatá-lo em poucos segundos. Dizemos que a poupança é um investimento de alta liquidez. No entanto, se você investiu seu dinheiro em um terreno, caso venha a precisar do dinheiro, terá que vender suas terras, o que pode demorar dias, semanas ou até meses para você conseguir ter o seu dinheiro em mãos. Dizemos que possuir terras é um investimento de baixa liquidez.
O risco está atrelado à garantia com que você receberá o que é seu de volta. Por exemplo, se você investe em ações de empresas de crescimento, você está assumindo o risco daquela empresa quebrar e não conseguir gerar o retorno que você esperava. Perceba que aqui há um certo risco de investimento. No entanto, se você investe no governo por meio do Tesouro Direto – um tipo de investimento fornecido pelo governo a qualquer investidor pessoa física – o seu risco é do governo quebrar. Perceba que aqui temos uma segurança muito maior de retorno.
A rentabilidade está associada ao quanto de retorno você terá em cima do que você investiu. No exemplo da poupança, embora ela possua alta liquidez, ela possui uma baixa rentabilidade, algo em torno de 0,5% ao mês. No entanto, a venda de um terreno, embora possa demorar, pode possuir uma alta rentabilidade ao se ter uma valorização do local e consequente venda com lucro.
É importante entender que nunca teremos um investimento com os três pilares no seus melhores estágios. Se um investimento tiver alta rentabilidade e baixo risco, certamente terá baixa liquidez. Se possuir alta liquidez e baixo risco, com certeza terá uma rentabilidade baixa e assim por diante.
Com essas ideias em mente, para sabermos onde aplicar nosso dinheiro, precisaremos antes sabermos qual a finalidade daquele valor que queremos investir.
Vejamos.
RESERVA DE EMERGÊNCIA
Explicamos no post Como Gastar Meu Dinheiro que a reserva de emergência irá funcionar como uma reserva financeira para cobrir imprevistos. Dessa forma, podemos concluir que precisaremos colocar nosso dinheiro em um lugar de alta liquidez, tendo em vista que imprevistos podem ocorrer a qualquer momento e precisaremos ter um acesso rápido ao nosso dinheiro.
A poupança é um investimento de alta liquidez. De fato, até poderíamos montar nossa reserva aqui, mas nosso objetivo será sempre achar a melhor combinação entre os três pilares do investimento.
A poupança tem uma rentabilidade baixa. Será que não conseguimos encontrar um investimento de alta liquidez com rentabilidade maior? A resposta é sim!
O famoso CDB – certificado de depósito bancário é um título emitido por bancos que, ao colocar seu dinheiro aqui, você estará emprestando a essas instituições em troca de uma devolução futura com juros. A liquidez, geralmente, é D+1, o que significa que você terá seu dinheiro em mãos em até 1 dia útil após solicitação de resgate, o que atende nossa necessidade de liquidez. Alguns CDBs ainda oferecem liquidez imediata, isto é, devolução no ato da solicitação!
Onde encontrar um CDB?
Vá até o App da sua corretora – hoje, praticamente todo banco também é uma corretora – procure pela opção investimentos e ache a parte de Renda Fixa. Lá você encontrará opções de investimentos, incluindo CDBs de diversos bancos. Ao escolher o seu, se atente para esses dois itens:
-Um rendimento de no mínimo 100% do CDI
-Liquidez imediata ou de D+1
Obs: O risco do CDB é atrelado à instituição financeira que emitiu o título. Por exemplo, se você investiu num CDB do Nubank, o seu risco será do Nubank quebrar. Por tanto, cuidado! Muitos bancos novos, sem história no mercado e, consequentemente, de difícil análise se serão confiáveis ou não, oferecerão CDBs que rendem bem mais do que 100% do CDI. Lembra dos pilares? Por não possuírem um risco baixo como de instituições maiores, eles tentarão compensar te oferecendo uma rentabilidade maior. Para reserva de emergência o foco NÃO é rentabilidade, mas sim, risco baixo e alta liquidez!
OBJETIVOS DE CURTO E MÉDIO PRAZO
Como não precisaremos do dinheiro de forma imediata, poderemos aceitar investimentos de liquidez um pouco mais baixa. Isto será bom, pois diminuindo a liquidez, encontraremos maiores rentabilidades sem comprometer o risco do investimento. Para objetivos de curto/médio prazo de até, pelo menos, 2 anos, recomendamos CDBs de liquidez mais baixa ou então as letras de crédito LCI – Letra de Crédito Imobiliário e LCA – Letra de Crédito do Agronegócio.
CDBs de liquidez mais baixa, como D+180, podem oferecer rentabilidades de 102%, 105% do CDI. Já os LCI e LCA, podem chegar a 100% líquidos! Isso porque nas letras de crédito você não tem a cobrança do imposto de renda, já nos CDBs, mesmo que você invista em um de 100% do CDI, parte desse rendimento será retido na fonte pelo IR.
Onde Encontrar Uma LCI/LCA?
No mesmo lugar onde se encontra um CDB. Ambos são considerados investimento de renda fixa. Basta ir ao App da sua corretora, procurar por investimentos, renda fixa e LCI ou LCA.
INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA
Aqui entra uma mentalidade de longo prazo. Nossa preocupação maior não será a liquidez. Procuraremos investimentos que se mostrem rentáveis com o tempo e usaremos de estratégias, como a diversificação, para aumentar nossa segurança. A literatura nos mostra que para o longo prazo, ações são ótimos investimentos.
Talvez você possa questionar sobre os riscos de se investir em ações. Se você não estiver familiarizado com elas, o estereótipo vendido em filmes e notícias poderá te assustar. No entanto, a verdade é que é possível sim investir com certa segurança no mercado de renda variável.
Uma maneira de se proteger contra os riscos desse mercado é variando e diversificando a sua carteira.
Olha o que encontramos nessa passagem bíblica:
“Empregue o seu dinheiro em bons negócios e com o tempo você terá o seu lucro. Aplique-o em vários lugares e em negócios diferentes porque você não sabe que crise poderá acontecer no mundo”. Eclesiastes 11.1-2 NTLH
Aplique-o em vários lugares e negócios diferentes! Essa será nossa estratégia. Ao diversificar sua carteira, você trará equilíbrio a ela. Dessa forma, caso uma parte dela sofra uma queda, a outra poderá amenizar as perdas, ou até mesmo, compensá-las.
Para equilibrar com as ações, incluiremos em nossa carteira de independência financeira FIIs-Fundos Imobiliários, investimentos no exterior, além de uma parte em renda fixa. O equilíbrio desses ativos trará uma boa combinação de risco e rentabilidade.
O que você deve fazer é, todo mês, ao separar seus 10% para sua independência financeira, investir em um desses ativos. Você pode começar com as ações, no próximo mês em FIIs, depois no exterior e em renda fixa. A ideia base é essa!
CUIDADO!
Não estamos incentivando você a sair comprando qualquer ação, FII, ou outro ativo qualquer sem saber o que está comprando. A ideia do artigo é te mostrar como dividir e diversificar seus aportes. Procure entender melhor cada um desses ativos antes de colocar seu dinheiro neles. Para isso, você poderá pesquisar sobre eles separadamente na internet, ler bons livros sobre investimentos, consultar profissionais da área e acompanhar nosso trabalho. Estaremos sempre trazendo dicas e orientações em nossos canais para te ajudar a investir melhor.
Que o Senhor nos dê sabedoria para administrar nossos recursos e usá-los para a Sua glória.
Amém.
Confira também o e-book que separamos para você: Como Multiplicar Seu Dinheiro Até Transbordar (com princípios bíblicos).
